CÃOPANHIA

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APRENDENDO A AMAR FIELMENTE

domingo, 4 de abril de 2010

bicho geografico

Bicho Geográfico
(Bicho Geográfico, Larva Migrans Cutânea ou dermatite serpiginosa)

A doença de pele chamada "bicho geográfico", que ocorre no ser humano, é causada por um parasita (Ancylostoma braziliense, Ancylostoma caninum, A. stenocephaloa ou Gnathostoma spinigirum) que habita o intestino dos cães e gatos que não são vermifugados periodicamente.

Os animais defecam nas areias, na terra ou nas praças, e os ovos dos vermes se espalham nesses locais.


Esses ovos, em presença de calor e umidade, se transformam em larvas que ficam à espera de um hospedeiro, ou seja, um local apropriado onde possam viver.

Quando as pessoas sentam ou pisam em um local infestado, as larvas perfuram o extrato epitelial (pele), mas não conseguem atravessar as camadas mais profundas. Porém, elas se mantém vivas por longo tempo, e passam a caminhar ao acaso, abrindo túneis microscópicos na pele. Essa penetração é comum de ocorrer nos pés e pernas das pessoas.

O tempo do processo pode variar de poucos dias a meses. O sintoma que mais incomoda é a coceira, que à noite chega a ser mais intensa, provocando até insônia.

O diagnóstico da doença no ser humano é fácil, devido ao aspecto dermatológico que a lesão causa. Os túneis causados pelas larvas são visíveis e esses "rastros" dão à pele a aparência do traçado de um "mapa", daí o nome "bicho geográfico". Clique aqui para ver imagens das lesões na pele humana.

Em geral, os antecedentes mais sugestivos são o contato com terrenos arenosos, praias e tanques de areia freqüentados por cães e gatos. Por esse motivo, evite andar descalço ou sentar-se sem proteção sobre esses locais.

O tratamento consiste no uso de pomadas locais, porém, nas lesões mais extensas, ele é complementado com medicamentos por via oral.

É responsabilidade dos proprietários de cães coletarem as fezes de seus animais, onde quer que seja. É muito importante também vermifugar os animais periodicamente, no mínimo, uma vez por ano. Fezes de animais infestados de vermes que não são recolhidas causarão parasitose em outros cães e gatos, e "bicho geográfico" no ser humano.

Vermifugue seu animal de estimação e recolha sempre as fezes dele! Isso é importante para a saúde de todos.

BICHO DE PÉ

"Bicho de pé": que bicho é esse?

O popularmente conhecido como "bicho de pé", e cientificamente Tungíase, nada mais é do que uma pulga, a menor que existe, chamada Tunga penetrans, que vive em solos arenosos, quentes e secos, principalmmente em chiqueiros de porcos. A fêmea, depois de fecundada, é responsável pela doença, pois se aloja na pele de suínos e do homem, podendo acometer cães também.


Elas afetam principalmente as solas dos pés, os coxins dos cães, e região inter-digital e abaixo das unhas, causando lesões visíveis, do tamanho de um grão de ervilha. Isto porque a fêmea grávida entra na pele deixando apenas a parte posterior livre para respirar e depositar seus ovos no ambiente.


Adulto da pulga Tunga penetrans
Fonte: www.ufrgs.br

O animal acometido e o homem sentem coceira e dor para andar. As lesões desencadeadas pelo parasita podem servir como porta de entrada para outras infecções, como o tétano, que é bastante grave.


Lesões em coxins de cão acometido por tungíase.
fonte: www.med.sc.edu

O tratamento consiste na remoção dos parasitas em condições assépticas, desinfecção do local e, no caso do homem, previne-se a reinfestação com uso de calçados. No ambiente, pode-se aplicar inseticidas. A retirada de folhas secas do solo, o corte freqüente da grama e a manutenção do jardim são medidas fundamentais para o controle da pulga, pois ela gosta de locais secos e sombreados.

A Tungíase é considerada endêmica nas comunidades pobres do nordeste do Brasil, afetando populações ribeirinhas, que habitam em favelas ou mesmo em comunidades de pescadores. Os reservatórios da pulga nestes locais são os cães, gatos e ratos.

ANEMIA

Anemia

Anemia é a diminuição do volume de sangue do organismo. Ela também pode ocorrer em animais e não é propriamente uma doença, mas a consequência de alguma enfermidade ou condição que cause diminuição na produção, destruição ou perda sanguínea.

O sangue é formado no interior dos ossos (medula) e para isso, além de necessitar de uma fonte de ferro na alimentação e algumas vitaminas, a medula precisa de um estímulo para produzir sangue.


Esse estímulo é dado por uma substância produzida pelos rins (eritropoetina).

Por esse motivo, uma alimentação deficiente, estados de desnutrição, assim como o mal funcionamento dos rins (insuficiência renal), podem levar o cão ou gato ao estado de anemia. Certos medicamentos, como aqueles utilizados na quimioterapia (tratamento de câncer), deprimem a medula, que passa a desacelerar a produção de sangue.

Outro motivo bastante comum para o animal apresentar anemia são as perdas de sangue. Isso pode ocorrer em acidentes graves, quando há hemorragia externa ou interna. Porém, a perda sanguínea em pequenas quantidades, mas por tempo prolongado (crônica), pode levar o organismo ao quadro anêmico. É o caso dos parasitas internos (vermes sugadores) ou externos (pulgas, carrapatos e piolhos). Nesses casos, o animal precisa apresentar uma grande infestação, por tempo prolongado. Os mais afetados são os filhotes e os mais idosos. Por isso, é importante controlar vermes, pulgas e carrapatos nos animais.

Perdas sanguíneas causadas por tumores, principalmente aqueles localizados no intestino, também podem levar o animal à anemia.

Existem algumas doenças que causam a destruição das células do sangue, como a babesiose, no cão e a hemobartonelose, no gato. Há venenos que podem ter esse efeito efeito sobre o organismo ou causar hemorragia, essa última quase sempre fatal (veneno para ratos - "chumbinho").

A destruição de células sanguíneas em grande quantidade causa pigmentação amarelada às mucosas do animal. Isso é consequência da decomposição em larga escala da hemoglobina, o "pigmento" das células sanguíneas, que passar a "tingir" pele e mucosas.

Além dessas causas bastante comuns, existem doenças que podem ter como um dos sinais clínicos, a diminuição do volume de sangue no organismo.

O animal anêmico apresenta falta de apetite, mucosas pálidas ('bochecha" e interior das pálpebras), indisposição e cansaço excessivo ao se exercitar. A confirmação da anemia é feita através do exame de sangue (hemograma) que irá, inclusive, dar condições de diagnosticar a causa da anemia, isto é, se ela está acontecendo por perda sanguínea, falta de produção ou destruição do sangue.

A anemia pode ser tratada com medicamentos que estimulam a produção de sangue pela medula, alimentação adequada ou, em casos muito graves, transfusão sanguínea.

ALERGIAS NOS ANIMAIS

Cães e gatos alérgicos: há solução?

É muito frequente encontrarmos animais alérgicos?

Sim. Da mesma forma que os humanos, os cães e gatos são frequentemente acometidos de doencas alérgicas. Estima-se que entre 25 a 30% de todos os cães sofrem de alguma doença alérgica. As doenças alérgicas nos cães são a causa mais frequente de consultas nas clínicas veterinárias das grandes cidades.

Quais são as alergias mais comuns nos animais?

Em um país de clima tropical como o nosso, os alérgenos mais importantes são os fungos e bolores, seguidos de inalantes encontrados dentro das casas tais como: lã, algodão, juta/sisal, fumaça de tabaco, carpete e gramas das mais variadas. Em algumas regiões do Brasil, tais como o interior do estado de São Paulo e na região Sul do país, o alérgeno mais importantes é o pólem das árvores. Os alimentos são responsáveis por aproximadamente 10% dos casos de alergias.

Como saber o que está causando alergia no animal?

Descobrir as causas da alergia nos cães e gatos é muito fácil. Já existe no Brasil um teste que é feito com uma pequena amostra de sangue. Este teste verifica se o animal e alérgico para um painel de 90 substâncias. Nós já realizamos mais de 3.600 testes no Brasil desde o ano de 1992.

Se meu animal é alergico e ele cruzar, os filhotes serão alérgicos também?

As alergias tem um forte componente genético e ambiental. Nem sempre filhotes de pais alérgicos vão desenvolver alergias, mas a probabilidade existe e é bem elevada, embora o fator ambiental tambem seja responsável pelo desenvolvimento das alergias. É muito frequente encontrarmos proprietários de cães alérgicos também serem alérgicos. Isto tem uma relação direta onde o animal e o proprietário vivem.

A alergia tem cura?

Não! As alergias não têm cura. Elas podem ser controladas através de vacinas específicas, também conhecidas como IMUNOTERAPIA, que consiste em injetar no animal, de maneira gradativa, concentrações crescentes das substâncias às quais o animal é sensivel. Pode ser feito também o controle das doenças de pele que normalmente estão associadas às alergias.

É verdade que o animal alérgico que se coça o tempo todo pode vir a ter infecção de pele?

Sim, infecções de pele são os sintomas mais frequentemente encontrados nos animais alérgicos. Os animais, quando se coçam com as patas ou com a boca, abrem pequenas fissuras na pele, por onde entram bactérias. Estas bactérias se reproduzem nas camadas internas da pele, causando lesões, algumas delas bastante graves.

A grande maioria dos animais alérgicos é tratada com cortisona. Esse tratamento é eficaz?

Primeiramente, a utilização de cortisonas não se constitui em um tratamento, mas somente um paliativo para evitar os sintomas das alergias. Existem vários tipos de cortisonas ou corticosteróides. As cortisonas de curta duração, aquelas que são eliminadas do organismo em um curto período de tempo, podem ser utilizadas por períodos curtos para diminuir a coçeira. As cortisonas de longa duração, também chamadas de cortisonas de depósito (aquelas injeções de coloração branca aplicadas a cada 15 ou 30 dias de intervalo), não devem jamais ser utilizadas. Apesar de muitos profissionais no Brasil se utilizarem com muita frequência deste tipo de cortisona, não existe no mundo nenhuma indicação técnica para a utilização deste tipo de cortisonas para tratamento das alergias dos cães.

Quando se opta por um tratamento à base de cortisonas, o profissional deve alertar os proprietários dos riscos para a saúde do animal que estes produtos apresentam.

Como podemos tratar as alergias sem o uso da cortisona?

Existem várias alternativas para o tratamento das alergias dos cães e gatos sem a utilização das cortisonas. A principal delas é a imunoterapia, que consiste na aplicação de concentrações dos alérgenos sensíveis por um período de tempo que pode variar de nove meses até toda a vida do animal. As vacinas de alergia consistem em 3 frascos ampola contendo concentrações crescentes de alérgenos (substâncias que causam as alergias). Com a imunoterapia, o animal vai se tornando cada vez menos sensível aos alérgenos. Obviamente, a imunoterapia não deve ser o tratamento único, pois na grande maioria dos casos as alergias vem acompanhadas de várias doencas de pele, que precisam ser diagnosticadas e tratadas de acordo. Existem inúmeras doenças que podem ser confundidas com alergias.

Em quanto tempo podemos observar uma melhora no animal tratado com vacinas?

Aproximadamente 5 meses após o início do tratamento. Isto pode variar de paciente para paciente. Alguns animais começam a manifestar melhora no quadro após um mês, e outros podem demorar até 9 meses para começarem a melhorar.

Ele terá que tomar vacinas a vida toda?

Para a grande maioria dos pacientes a resposta é SIM! As alergias são disfunções imunológicas que devem ser acompanhadas durante toda a vida do animal.

Berne

Bernes
Os bernes são larvas de moscas que se desenvolvem no tecido subcutâneo de animais. É comum o seu aparecimento em pessoas que vivem ou freqüentam o campo. A infestação da pele por bernes também é considerada uma miíase (proliferação de larvas de mosca em tecido vivo), mas ela é diferente da lesão de pele denominada "bicheira".

Nessa última, várias larvas de mosca se desenvolvem e se alimentam de tecido vivo, caminhando pelas regiões circunvizinhas, causando grandes "crateras" sob a pele. No caso do berne, apenas uma larva se desenvolve no local e a lesão não é invasiva, ou seja, a larva permanece todo o tempo no lugar por onde penetrou.


Berne

A mosca causadora do berne, também chamada de "mosca berneira" (Dermatobia hominis), usa um artifício muito interessante para a perpetuação da sua espécie. Esse inseto vive por apenas 24 horas. Na época da postura, que ocorre nas estações mais quentes do ano (presença de temperatura e umidade ideais), a mosca berneira "captura" um outro inseto, normalmente uma outra espécie de mosca, e nele deposita seus ovos na região do abdomen.


Berne alojado sob a pele e aspecto da lesão (nódulo com orifício central)

Quando o inseto veiculador pousa sobre os pêlos do animal, as larvas imediatamente se projetam para fora do ovo, caminham por entre os pêlos até atingirem a pele. Ali criam uma pequena perfuração por onde penetram. É nesse local que a larva irá se desenvolver.

Em cerca de 1 semana, a larva já aumentou 8 vezes de tamanho, podendo permanecer por 40 dias ou mais na pele do hospedeiro, crescendo continuamente.

O orifício por onde a larva penetrou continua aberto durante todo o tempo, pois é através dele que a larva respira. Por esse detalhe torna-se fácil reconhecer uma lesão causada por berne: um nódulo subcutâneo com um orifício bem visível na superfície da pele.

As larvas possuem o corpo recoberto por pequenos espinhos. Sua movimentação dentro do orifício causa dor e incômodo. Alguns animais apresentam diversos bernes espalhados por todo o corpo, não sendo poupadas as orelhas, a cauda, a região entre os dedos, prepúcio, etc.. As larvas devem ser extraídas para livrar o animal da dor, caso contrário, o cão tentará mordiscar a pele a todo momento tentando retirá-las.

Caso o berne venha a morrer antes de completar seu ciclo, o orifício de respiração se fecha. O nódulo sob a pele pode ou não ser absorvido pelo organismo.

A morte da larva também costuma ocorrer quando pessoas sem experiência tentam "espremer" o berne para forçá-lo a sair. Existe a maneira correta de fazer isso e é melhor pedir auxílio ao veterinário. Dependendo da região onde o berne está, o cão precisará receber uma pequena dose de sedativo para suportar o procedimento de retirada da larva.

Para evitar os bernes, é preciso manter as moscas afastadas. Remova as fezes do cão várias vezes ao dia, lave diariamente o local onde ele urina e mantenha o lixo da casa sempre bem fechado.

Algumas gotas de essência de citronela espalhadas pela pelagem do cão podem evitar que insetos pousem.

Existem medicamentos por via oral que, ao mesmo tempo em que controlam a infestação de pulgas, impedem o desenvolvimentos de larvas de moscas sob a pele. Informe-se com o seu veterinário.

É preciso salientar que, embora os bernes ocorram com mais frequência no verão, eles podem aparecer em qualquer outra época do ano. Basta que haja condições favoráveis (ocorrência de dias quentes no inverno, por exemplo). Daí os cuidados no combate às moscas devam ser contínuos.

BABESIOSE ( DOENÇA DO CARRAPATO)

Babesiose

A Babesiose é uma doença causada por um protozoário não transmissível ao homem. A transmissão para o cão se dá pela picada de um carrapato infectado (Rhipicephalus sanguineus).

O carrapato pica um cachorro doente, se infecta e vai picar um cão sadio, transmitindo assim a babesiose. O parasita (babesia) infecta os glóbulos vermelhos do sangue, local onde se multiplica.


Há rompimento desses glóbulos (momento em que ocorre febre), e os parasitas vão se alojar em novas células e assim por diante.

A destruição de um grande número de células vermelhas irá causar a anemia. Assim, um cão doente apresentará como sinais clínicos: perda de apetite, desânimo, letargia, icterícia (amarelão) ou palidez nas mucosas (gengivas e conjuntiva), típicos de um animal anêmico.

O diagnóstico é feito através dos sinais clínicos, histórico de infestação por carrapatos e exame de sangue, que detectará o parasita (pesquisa de hematozoários).

O tratamento é eficaz e a mortalidade é baixa quando o cão é tratado a tempo. Em alguns casos é necessária transfusão sanguínea, quando o quadro de anemia é bastante grave. O cão fica curado, mas nada impede dele ter a doença outras vezes, se for picado por um carrapato contaminado. O controle do carrapato é importantíssimo para se evitar a doença. (veja: controle de carrapatos, erlichiose).